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Inicio questionando, será que Paulo Freire estava totalmente certo em sua colocação quando disse que " quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor" ?
Muito se passa pela minha cabeça, minhas vivencias, experiências, meus pensamentos e uma pitada de ansiedade pra variar...
Eu não quero "pena", não quero sentimento de "dó". Apenas gostaria de levantar algumas hipóteses e expor um pouco do "eu" que tenta a todo momento se libertar de um passado que não foi muito bom, mas também não foi esse inferno todo (risos), ou talvez foi e eu tento negar isso a todo custo, mas isso não vem ao caso.
Pois bem, aqui estou eu, gravidinha de 5 meses, com as costas mais doloridas do que nunca, cansada como um camelo que acabou de atravessar o deserto, a cabeça cheia de pensamentos acelerados e uma preocupação incessante sobre o que pode acontecer amanhã. Tudo isso por pensar demais e por jantar duas panquecas americanas e um copo de leite com chocolate e uma colherzinha de café solúvel ( eu sei que não pode, mas...) O sono passou bem longe aqui.
Vamos lá, concordar ou discordar de Paulo Freire nessa colocação?
Nesse exato momento, com minha experiência de vida, eu discordo!
Eu tive uma vida muito simples. sempre fui a filha perfeita, quietinha, mais inteligente da sala (até o segundo ano do ensino médio), nunca havia respondido meus pais, respeitava os mais velhos, mesmo eles sendo maldosos comigo na minha criação os mais velhos tinham sempre razão e eu deveria me calar, e assim era... a criança/adolescente perfeita. E eu cresci.
Uma pergunta: EU ERA FELIZ?
Uma resposta: EU ERA OPRIMIDA.
Não tinha voz, não tinha vez. Era "sim senhor" "sim, senhora" cabeça baixa e aí de mim se batesse os pés e discordasse de algo.
E eu cresci... quero ser assim como foram comigo? quero oprimir os que a sociedade rotulam como menores que eu ou que estão abaixo de mim?
Com toda sinceridade do mundo, minha resposta é : Deus me livre!
Não quero uma geração doente, medrosa, que se sente incapaz... o que eu desejo é uma nação cheia de pessoas que se sintam capazes, autossuficientes, seguros de si, capazes de esbanjar amor para todos, capazes de colocar pra cima aqueles que foram oprimidos um dia e que deixem de ter medo de serem quem realmente são.
Eu não quero que tenham medo de mim. Quero que tenham admiração! Que desejem ser melhor do que eu sou capaz de ser. Quero que me olhem com brilho nos olhos e que me respeitem por me amar.
Eu não tenho raiva, rancor ou qualquer sentimento ruim com os meus opressores. no fundo eu os amo por ter me tratado assim, afinal como eu iria demonstrar o quão forte sou se eu não tivesse tido essa experiência de vida? Não foi legal gente, meus opressores vão desde pessoas da minha própria família até professores, amigos e conhecidos. Carrego até hoje feridas que ainda não cicatrizaram, estou me remendando aos poucos e me aceitando como eu realmente sou. Mas isso é um processo né, até a morte eu chego no meu melhor, acredito que ainda tenho tempo.
Obrigado aos opressores que passaram na minha, vocês me mostraram exatamente o que eu não desejo ser.
Outro dia podemos nos aprofundar um pouco mais sobre esse tema, por favor comentem, vamos trocar ideias <3
NOTA:
Agora eu vou mostrar esse texto pra alguém de minha confiança antes de postar porque não quero que seja muito ofensivo, e eu infelizmente ainda preciso da aprovação de alguém pra fazer algo. Polly querida, me julgue hahahahaha
Malu minha filha, seja mil vezes melhor do que eu fui capaz de ser. Siga seus sonhos, vá no seu tempo, não se esqueça nunca de que eu sempre vou tentar te oferecer o melhor de mim <3
